Vamos começar nosso papo com uma visualização.
Pense em um circo. Arquibancada lotada. Muito vai  e vem. Um picadeiro. No centro, um domador cercado de ferozes leões. Alguns são mais agressivos. Outros, aparentam ser mais calmos. Todos, porém, são selvagens e – portanto – imprevisíveis.
O circo é o mundo (sem trocadilho pretendido… ou não…rs). O povo da arquibancada são as outras pessoas. Você é o domador. Os leões são seus impulsos e pensamentos.
Entre os leões, você e o povo na arquibancada, há uma grade. Essa grade é seu controle. Imagina se um leão escapa e ataca um inocente na plateia! Deus nos livre! Mas isso acontece direto por aí. Aquela grosseria que você fez um alguém sem justificativa alguma foi um leão que escapou e atacou a plateia. Mas sabe quem é a maior potencial “vítima” dos leões? O domador.
Uma vez vi uma frase com princípios da yoga ou do budismo (não lembro) que dizia que deveríamos buscar sermos menos reativos e mais reflexivos. Levei isso para a vida. Faz todo o sentido. Afinal, um movimento brusco do domador e os leões podem pirar e partir para o ataque. Isso tem muito a ver com ser reativo.
Reação puxa reação. Dos outros e também sua. Prova disso é o “efeito manada”. Experimente sair correndo e gritando pelo meio da rua. Em segundos haverá uma horda de pessoas fazendo o mesmo sem nem saber o motivo. Ou permita-se ter um pensamento negativo, desanimador e observe com que velocidade outros do mesmo tipo chegam para “fazer companhia”. Spoiler: Rápido. Bem rápido.
LEÕES FAREJAM O MEDO
Está se vendo no picadeiro cercado de leões? Pois bem. Alguns deles estão bem na sua frente, certo? Outros, estão nas suas costas! Os leões que você vê são seus pensamentos conscientes. E os que você não vê, mas sabe que estão ali? São seus pensamentos inconscientes! Todos são perigosos, mas os que podem te atacar por trás dão um medo extra! Para ter mais chances de domar esses leões e não ser pego de surpresa por algum deles, deve aprender a vigiá-los sem dispor do sentido da visão. Você deve ouvi-los, senti-los. A eles deve estar ainda mais atento. Afinal, são furtivos. Estamos falando de leões aqui! Não de gatinhos. O potencial de destruição é ENORME!
Se um leão ataca, instintivamente, é natural que todos os outros partam para o ataque também. Daí, adios domador. Em outras palavras, se você não se mantém concentrado e focado, seus pensamentos  – conscientes e inconscientes – TE CONSOMEM. Se fraquejar diante dos leões, sentir medo de administrá-los e achar que ignorá-los fará com que vão embora, será um domador MORTO. Leões FAREJAM O MEDO.
INSTRUMENTOS DE TRABALHO
Todo mundo tem um sistema em si de fuga ou luta. Se dá para fugir de uma ameaça, a gente foge. Se não tiver como escapar, lutamos. Não dá para não lidar com os leões. Eles já estão ali e não irão embora. Então temos que lutar.
A situação porém não é de ataque (ainda). Você pode fazer um lindo show se souber lidar com os leões. Mas como ser um bom domador?
O domador nunca está de mãos vazias, já reparou? Ele segura um chicote, uma cadeira, alguma coisa. Ele tem INSTRUMENTOS para domar os leões. De quais instrumentos você dispõe para domar os seus leões? Vamos listar:
1 – Capacidade de observação. Se você não vê o leão com alguma atitude esquisita, como você vai se proteger? Aprenda a prestar atenção em você, no que sente, no que te deixa triste, ansioso, cansado, sem esperança. E combata esses pensamentos. “Ah… mas tenho que ser realista”. Sim, concordo. Mas se o domador ficar pensando que ele pode ser devorado a qualquer momento, sentirá medo e os leões… bom, você já sabe o que vai acontecer.
2 – Escape. Tenha um escape para seus pensamentos e – consequentemente – sentimentos ruins. O que te tira do “mode” estressado ou triste? É um tipo de passeio, é falar com alguém, é uma terapia, é um esporte, uma meditação diária? Ache seu escape (saudável, tá?) e use com frequência. Imagine  o domador já entrando #chateado no picadeiro. Os leões já vão rugir de looonge!
3 – Tempo. O domador precisa de concentração. Precisa tirar um tempinho ele com ele mesmo, para pensar nos leões, analisar o que funciona e o que os deixa perigosos. Tenha um tempo sozinho. Para deixar os pensamentos virem à tona. Para que você saia da correria e possa perceber o que sente e os gatilhos. Um tempinho para pensar na vida, colocar os sentimentos em ordem. Dê atenção à você. Ficar só por alguns momentos é questão de saúde.
“Gabi… mas você esqueceu de falar do concurso!” Sei que vocês já estão acostumados com meus textos. Já fazem a relação!
Bom show! 🙂
Bjs
Gabi

 

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