Não me entenda mal. Eu acredito de verdade que fazer o que gosta é o caminho para uma vida feliz. É muito complicado ser infeliz na vida profissional, feliz no resto das vertentes da vida e ter como resultado uma pessoa #plena. A infelicidade profissional consiste em uma média em 8 horas de pura tortura. Fica bem difícil essa insatisfação toda não invadir o seu humor nas demais 16 horas do dia. Pense nisso na hora de escolher seu concurso.
Vejo muita gente que pensa que para seguir seu propósito de vida (mais conhecido como “fazer o que gosta” ou “usar seu dom/talento”) você precisa fazer o que gosta O TEMPO TODO. Se a pessoa começa a ter que fazer algo que não curte muito, já larga o plano todo achando que isso é um sinal de que isso não é o que ela deve fazer da vida.
Para tudo o que você for fazer de legal, pode crer, vai ter que fazer uma porção de coisas das quais não gosta. Ter uma rotina de fazer quase o tempo todo o que você adora é um PRIVILÉGIO. Para ser alcançado, você fatalmente vai passar por ETAPAS não tão agradáveis.
Eu amo Jornalismo. Contudo, para entrar na faculdade de Comunicação, tive que estudar um monte de matéria que detestava (Biologia e Física, estou liiiiivre de vocês!). Valeu a pena.
Trabalho com o que adoro. Mas não gosto de tudo. Há um parte burocrática de organização e uma parte contábil que acho um tédio. Para fazer meu amado trabalho (ser coach e escrever para vocês), eu tenho que dar conta do serviço todo. O fato de ter partes de que não gosto não quer dizer que ser coach/escritora/jornalista não seja meu propósito de vida.
Para você passar no seu concurso dos sonhos, vai ter que fazer coisas de que não gosta muito. É bem provável que você não curta de algumas matérias que caem na prova que você quer. Isso não quer dizer que esse sonho não te pertence, que você está tomando o rumo errado. Uma dica: a gente costuma não gostar das matérias nas quais temos dificuldade. Conforme você se dedica e aprende, a rejeição vai diminuindo.
Três ressalvas:
1 – Não gostar da maioria das matérias é um alerta que não deve ser ignorado. Se esse é seu caso, sugiro que pesquise um pouco mais sobre o cargo e veja se é isso mesmo que quer.
2 – Eu acho muito importante ter pé no chão. A grana importa muito para a maioria das pessoas. É uma necessidade. Ponto. Sendo assim, acredito que o melhor caminho é buscar um equilíbrio entre O QUE VOCÊ GOSTA e O QUE VOCÊ PRECISA para fazer sua vida funcionar. Tenho visto – infelizmente – pessoas que investiram muito no que gostam de fazer e apesar de serem muito boas em suas atividades, não conseguem o retorno financeiro necessário para ter o padrão de vida que querem ou precisam. Isso gera uma enorme frustração!!! Essa é um das mais cruéis consequências de levar muito ao pé da letra o “fazer o que gosta”. Por vezes, ceder um pouquinho (pouquinho!!!) na quantidade de coisas não tão legais que você precisa fazer em troca de um padrão de vida melhor pode ser a opção mais acertada. Equilíbrio entre sonho e realidade.
3 – Não raro as pessoas não sabem exatamente do que gostam. Além disso, ninguém conhece todas as matérias e atividades profissionais do mundo. Aventurar-se pode ser uma ótima forma de se conhecer melhor e descobrir potencialidades que você nem fazia ideia de que existiam!!! Já vi gente prestar concurso escada e AMAR DE PAIXÃO a nova profissão a ponto de o tal cargo ter virado – no dia a dia – o cargo dos sonhos. E o antigo cargo dos sonhos perder completamente o sentido! O contrário também acontece. A pessoa presta um concurso achando que aquilo é o sonho da vida dela, passa e descobre que detesta o trabalho.
Preciso dizer que autoconhecimento é necessário para evitar dar essas voltas todas para chegar onde você sempre deveria ter estado?
Bjs
Gabi