Pessoal, hoje estava refletindo sobre como a minha vida mudou depois de ter me tornado concurseira em 2006. Gostaria de dividir com vocês algumas das valiosas lições que aprendi ao longo do caminho.
PACIÊNCIA – Nem tudo acontece no tempo em que queremos, ou que pensamos que precisamos. Acontecem quando têm que acontecer. Passei a crer mais em destino, em uma força maior que controla esse mundo. Passei a exercitar a paciência (coisa difícil para quem é mega ansiosa como eu). Continuo na batalha…rs… mas reconheço que caminhei bastante de 2006 para cá.
CORAGEM – Eu era bem medrosa. Não aquela medrosa frágil, trêmula diante dos desafios. Era uma medrosa de aparência firme e forte. Eu alegava que não tentaria determinados certames pois estava focada na Receita Federal. Perdi muuuuitas oportunidades de bons concursos com editais bastante similares ao da Receita. Minha justificativa de manter o foco se mostrou uma falácia quando bati quase quatro anos de estudo, sem edital na praça e tendo prestado ZERO concursos. Ninguém precisa de tanto foco assim! Mais do que foco, eu tinha MEDO! Eu tinha pavor de ser reprovada em alguma coisa na vida. Coisa de quem sempre tirou boas notas na escola e faculdade. Eu sabia agora que não estava mais em um ambiente “controlado”. Era briga de “cachorro grande” e eu não queria me descobrir um “cachorro pequeno”. Faltava coragem.
HUMILDADE – De todas as lições, acho que essa foi a maior e a mais doída. Eu costumava dizer que eu não “jogaria para perder”, ou seja, não queria tentar uma prova que eu tivesse boas chances de ficar reprovada. Não que eu fosse arrogante. Não me entendam mal. Eu tinha muito MEDO e VERGONHA das coisas naquela época da minha vida. MEDO de descobrir minhas limitações. VERGONHA de que os outros as descobrissem. Aprendi que perder é parte fundamental do processo. Só perde quem tenta, quem se esforça, quem dá a cara a bater. Assim, aprendi (e continuo aprendendo) a ser humilde. Perder não te faz menor. Humildade para aceitar as derrotas te eleva tanto ou mais do que uma vitória. Custei a entender isso.
SOLIDARIEDADE – Seu concorrente não é seu inimigo. Compartilhar conhecimentos faz o outro crescer, mas te faz crescer também. Fiz muitas amizades pela internet. Muitas pessoas solidárias e incríveis tiraram muitas, mas muitas dúvidas mesmo que eu tinha. Quando comecei a conseguir retribuir e ajudar colegas e alunos, experimentei um dos sentimentos mais legais da minha vida. A vontade de ajudar o próximo é alimentada a cada boa ação. Ela nunca se esgota. Só cresce. E ninguém é mais beneficiado por isso do que quem doa seu tempo e compartilha seu conhecimento. É uma grande honra.
GRATIDÃO – Sensação deliciosa, não é mesmo? Hoje sou uma pessoa muito grata. Não apenas pelo que conquistei, mas – principalmente – pelo que passei. Foram duros os anos de 2006 a 2011. Nunca aprendi tanto! Aprendi como pessoa. Foi uma linda jornada. Naquele tempo, nunca imaginei que um dia classificaria aquela época como “linda”. Mas foi. Foi um dos períodos mais férteis na minha vida. Se hoje posso estar aqui escrevendo para tentar tocar os corações cansados de batalha, é porque sofri na pele o que hoje os que me lêem passam. E por isso eu sou grata.
Se hoje você está sofrendo, saiba que são as “dores do crescimento”. Mais do que um cargo público, em breve você se perceberá colhendo frutos muito mais valiosos. Será uma pessoa mais feliz, grata e preparada para enfrentar a vida.
Um beijão a todos
Gabriela
